
As primeiras raças bovinas chegaram ao Brasil durante o período colonial. Animais europeus foram introduzidos, porém, não se adaptaram ao clima quente e tropical do Rio de Janeiro e da Bahia. Logo, começaram a chegar os animais da subespécie Bos taurus indicus, trazidos da Índia para trabalho e carne. Surpreendentemente, esses animais se adaptaram muito bem, espalhando-se por todo o território brasileiro. Hoje, o rebanho bovino brasileiro é composto por cerca de 80% da raça Nelore, um zebu que se adaptou de forma excepcional ao Brasil e conquistou os produtores.
Agora, voltando ao foco, vamos explorar as diferenças entre as três raças mencionadas, que costumam ser confundidas..
Para facilitar a compreensão, vou abordar as características de cada uma das raças para reduzir as comparações sobre qual raça é melhor, já que no campo zootécnico essa competição não existe. A melhor raça será aquela que se adequar melhor ao seu modelo de produção e proporcionar retorno do investimento!
Nelore
- Raça de porte médio a grande;
- Ossatura leve, robusta e forte, com musculatura compacta e bem distribuída;
- Pelagem branca ou cinza-clara, sendo que os machos geralmente têm o pescoço e o cupim mais escuros. A pele é preta ou escura, solta, fina, flexível, macia e oleosa;
- Fronte descarnada, apresentando uma linha média no crânio, no sentido longitudinal, e uma depressão alongada (goteira);
- Orelhas em formato de lança, arqueadas para frente;
- Podem ser mochos, com chifres pequenos ou médios;
- Machos com pescoço musculoso e implantação harmoniosa ao tronco;
- Ancas bem afastadas;
- Garupa comprida, larga, ligeiramente inclinada, no mesmo nível e unida ao lombo, sem saliências ou depressões, e com boa cobertura de gordura;
- Coloração escura em torno dos olhos, proporcionando proteção contra os raios solares.
O Nelore se tornou a raça bovina mais predominante no Brasil devido à sua capacidade de se adaptar às condições adversas do país, como o clima tropical e as pastagens de baixa qualidade. Sua resistência a parasitas e doenças, bem como sua habilidade de se alimentar de pastagens fibrosas, o tornam uma escolha popular entre os pecuaristas brasileiros.
Além disso, os benefícios econômicos associados ao gado Nelore são significativos. Sua taxa de conversão alimentar eficiente e seu rápido ganho de peso garantem uma produção de carne rentável para os produtores. A demanda crescente por carne de qualidade, tanto no mercado interno quanto no mercado internacional, impulsiona ainda mais o valor econômico dessa raça.
No contexto da segurança alimentar, o gado Nelore desempenha um papel crucial. Sua contribuição para a produção de carne bovina sustentável ajuda a garantir o abastecimento de alimentos para a população brasileira e além-fronteiras. Além disso, sua resistência a doenças tropicais e sua adaptabilidade ambiental reduzem os riscos de perdas na produção, fortalecendo a estabilidade do setor agropecuário.
Curiosidades sobre o gado Nelore incluem seu distintivo cupim no pescoço, que ajuda na dissipação do calor corporal, e sua pelagem curta e resistente, que também ajuda a manter a temperatura corporal em climas quentes. Além disso, sua carne é conhecida por sua terneza e sabor, sendo muito apreciada tanto no mercado interno quanto no mercado internacional.
Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.